terça-feira, 20 de maio de 2014

Grupos, redes e comunidades

No âmbito da disciplina de AVA (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) foi-nos pedido que após a leitura de três textos previamente indicados, fizéssemos uma reflexão sobre a temática: grupos, redes e comunidades. Fica aqui essa reflexão.
Os três conceitos referem-se a formas de organização social com semelhanças e algumas diferenças. A forma como nos juntamos, deliberadamente ou não, as características dessas uniões é que diferenciam os grupos, as redes e as comunidades, sem nos esquecermos que estamos a debater o assunto num contexto digital.
Numa perspectiva psicológica, o grupo é definido como um conjunto humano estruturado no qual vários elementos se influenciam de forma recíproca.
A definição apresentada por Dron e Anderson (2008) vem ao encontro desta, os grupos virtuais são vistos como um conjunto de indivíduos com uma dimensão reduzida, com uma coesão interna, onde os vários elementos se reconhecem como elementos desse grupo. Apresentam, em geral, uma hierarquia definida. Por exemplo, as turmas de ensaio online formam um grupo com um líder, o professor.
Nos grupos, os indivíduos são responsáveis e responsabilizados pelas suas contribuições. Há a salientar a necessidade da criação de um ambiente de confiança dentro do grupo para que este funcione bem.
Ainda segundo Dron e Anderson (2008), as redes são estruturas de maiores dimensões (podem ser formadas por vários grupos), neste caso, há uma partilha de interesses. Como este é um ambiente emergente e embora haja um sentimento de compromisso entre os seus elementos isto não significa que estes se conheçam ou se saiba como evoluirá essa rede, no entanto, são ambientes que criam estruturas que potenciam o conhecimento. Estimulam, por exemplo, o Peer Review, os contributos formais e informais da rede para a área educativa são imensos. Como Anderson (2009) refere as redes sociais tinham inicialmente o objetivo de entretenimento, avançaram nas áreas da aprendizagem informal, mas tem vindo a crescer nos ambientes de educação a distância e mesmo presencial. São cada vez mais os professores de ensino presencial e mais tradicional que utilizam as redes sociais como ferramenta de trabalho para manterem o contacto com os seus alunos, disponibilizando informações suplementares à dada na sala de aula, informações urgentes e até mesmo respondendo às dúvidas dos seus alunos. Obviamente que a utilização das redes sociais na educação é um grande desafio pois estas implicam sempre uma dose de distração.
Os membros das redes sociais criam expectativas em relação a estas, marcando a sua presença, esperam que esta traga benefícios. Sem dúvida, a rede mais conhecida será o facebook com milhões de utilizadores.
Se as redes têm uma dimensão superior à dos grupos, as comunidades têm uma dimensão superior à das redes. As comunidades são definidas por Dron e Anderson (2008) como cyber organismos formados por pessoas que utilizam softwares digitais ligadas por algoritmos. A Google, que a cada click nosso guarda algumas informações e partilha-as dentro da comunidade.
Os grupos, as redes e as comunidades confundem-se e cada um nós faz parte de vários ao mesmo tempo. É uma teia, tal como fora do meio digital. Pertencemos a grupos, formamos redes e construímos comunidades. Indivíduos que partilham interesses, criam expectativas e colaboram, pequenas e grandes dimensões, conhecendo-se ao não, somos seres sociais que criamos laços com os outros.
Para terminar um exemplo apresentado por Dron e Anderson (2008): "For example a formal education class may function as group during a structured semester length session, then many of this group membership may continue to support and query each other as members of a program or alumni network when the course completes - or they may link to, filter or annotale resources listings created by group and Network members thougt ative or passive tagging and aggregation - thus exploiting and contributing to collective." (Dron e Anderson, 2008, p.19).  


Anderson, T. (2009).  Social Networking in Education
http://terrya.edublogs.org/2009/04/28/social-networking-chapter/
Dron e Anderson (2008). Collectives, Networks and Groups in Social Software for E-Learning
http://www.editlib.org/noaccess/26726
 Figueiredo, A. D. (2002). Redes e educação: a surpreendente riqueza de um conceito, in Conselho Nacional de Educação (2002), Redes de Aprendizagem, Redes de Conhecimento, Conselho Nacional de Educação, Ministério da Educação, Lisboa.